A Igreja de Nossa Senhora de Atalaia e os três Cruzeiros foram classificados
em 2009 pelo Ministério da Cultura como Imóveis de Interesse Público.
Igreja Santuário de Nossa Senhora de Atalaia edificada no Séc. XVI e reedificada no Séc. XVIII.
A igreja/santuário deve ter sido fundada em 1507 na sequência de uma promessa dos empregados da Alfândega de Lisboa por ocasião de uma peste.
Inicialmente devia existir uma pequena ermida que foi sofrendo várias campanhas de obras desde o século XVII ao XX.
A igreja é antecedida por um alpendre de três arcos de pedra com gradeamento de ferro entre eles. A fachada da igreja é coroada por um frontão triangular, ladeado por dois fogaréus e encimado por uma cruz e rasgada por um janelão gradeado do coro. Ao alpendre corresponde o coro no interior da igreja. A igreja é de uma só nave, com coro, sendo o púlpito de mármore da Arrábida. O pavimento é coberto de tijoleira e lajes. A iluminação é feita através do janelão do coro e das janelas colocadas ao lado da porta principal.
Tem três altares. O altar-mor possui um belo retábulo setecentista de madeira do Brasil, encimado por dois anjos que sustentam as armas reais, a coroa. Este retábulo enquadra uma imagem de Nossa Senhora da Atalaia. Os altares laterais são mais recentes e actualmente com diferentes invocações das originais.
A igreja é forrada até cerca de 1/3 da sua altura com azulejos azuis e brancos do século XVIII, formando painéis historiados representando cenas da vida da Virgem. Os azulejos da capela-mor do lado direito representam a Apresentação da Virgem do templo e os do lado esquerdo a Apresentação do Menino Jesus no Templo. Os azulejos que forram o corpo da igreja da lado do púlpito representam os Esponsais da Virgem e a Anunciação do Anjo e os do lado oposto a Visitação e a Fuga para o Egipto. As paredes do coro são revestidas de azulejos azuis e brancos do século XVIII, com medalhões alusivos à Virgem – a Lua, uma Estrela e uma Palmeira.
A Sacristia abre-se do lado do Evangelho, tem um belo silhar de azulejos azuis e brancos tipo " albarradas" do século XVIII e um arcaz em vinhático.
Do lado direito da frontaria da igreja ergue-se uma torre sineira com relógio.
Numa dependência anexa à igreja, encontram-se os ex-votos populares: pinturas narrando episódios miraculosos, moldes em cera e fotografias.
Nas traseiras da igreja existe um eucaliptal que termina numa fonte – a Fonte da Senhora ou Santa, onde, segundo a lenda, terá aparecido a imagem de Nossa Senhora da Atalaia.
Cruzeiro Mor - de estilo gótico-bizantino, com as imagens esculpidas de Jesus Cristo e Nossa Senhora da Piedade cobertas por uma cúpula sustida por quatro colunas, mandado construir pela Confraria de Lisboa no ano de 1551, foi reconstruído em 2001. Continuando as suas imagens decapitadas, (resultado do movimento revolucionário que bastante abalou a religiosidade, a República e o anticlericalismo que lhe estava arreigado).
Cruzeiro de Alcochete - de pedra lioz, localizado à direita da igreja, junto à linha limite do Concelho, mandado construir por uma família de Alcochete no ano de 1669.
Cruzeiro da estrada ou das esmolas - junto à Estrada Nacional nº 4, o mais pobre de formas e cantarias dista da igreja cerca de 150 metros e desconhece-se o ano da sua construção, sendo reconstruído no inicio do presente século.
Festas em Honra de Nossa Senhora de Atalaia – FESTA GRANDE
A origem do culto a Nossa Senhora da Atalaia, perdeu-se na memória dos tempos, certo é que em 1507, por altura da "Peste Negra" os empregados da Alfândega de Lisboa foram os pioneiros da peregrinação a que alguns anos mais tarde já concorriam mais de trinta Círios que se deslocavam ao Santuário de Nossa Senhora de Atalaia.
Hoje em dia são menos os Círios que visitam o Santuário mas, a Azóia, a Carregueira, a Quinta do Anjo e os Olhos de Água, são Círios centenários a que se juntou nos anos quarenta do século passado o Círio Novo, este oriundo do nosso Concelho, continuam a cumprir as suas ancestrais promessas, no último domingo do mês de agosto, dia em que se realiza a tradicional procissão em Honra de Nossa Senhora de Atalaia, ponto alto de quatro dias de festejos que trazem anualmente à Atalaia peregrinos devotos da Virgem, ou simplesmente forasteiros que perpetuam a tradição de rumar à Atalaia, uns para os festejos religiosos outros para mais profanamente bailar nos diversos bailes.
Em 2006 foi criada a Associação em Honra de Nossa Senhora de Atalaia, que tem como missão organizar os festejos, para que se perpetuem tão remotas tradições.
Festa do Alto Estanqueiro
Realizada pela primeira vez no ano 2000, na data de 04 de outubro, com o objetivo de assinalar o aniversário da criação da, à época, Freguesia de Alto Estanqueiro - Jardia. No ano de 2004, foi criada a Fábrica da Igreja do Alto Estanqueiro, juntando-se à festa o culto a Madre Teresa de Calcutá, escolhida para padroeira. Extinta que foi a anterior Freguesia, tem-se no entanto continuado a realização dos festejos mantendo esta forma de expressão da cultura popular.